16 de abril de 2013

Produção sustentável de café conilon no leste de Minas é viável


Durante a semana passada, em visitas técnicas a pequenas propriedades nos municípios mineiros de Ipanema e Pocrane, o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café) e professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mário Lúcio Vilela de Resende, e o vice-coordenador do Instituto e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Laércio Zambolim fizeram um levantamento que demonstrou o potencial da região do leste de Minas para a produção sustentável do café conilon.

No entanto, para o coordenador INCT Café, apesar da temperatura e da altitude serem favoráveis na região, o plantio nesses locais ainda carece de informação tecnológica, a qual deverá vir da interação entre os órgãos de pesquisa e a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), em nível regional.

Já para Zambolim, apesar de os cafeicultores estarem satisfeitos com o retorno econômico, a produtividade não tem atingido ainda o seu potencial máximo. Segundo ele, “há ainda carências de pesquisa em diversas áreas como variedades adaptadas à região, fertilização adequada, uso racional da água e irrigação, além do manejo de doenças, pragas e plantas daninhas. Além disso, torna-se necessário o investimento nas áreas de manejo da cultura, colheita e processamento do café”.

Hoje existem aproximadamente 1.500 hectares de conilon já estão plantados ou em fase de implantação na região, com predominância da cultivar Vitória, que é uma mistura de clones desenvolvida pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).


Interção
Um exemplo de pequeno produtor assistido pela Emater-MG é Sebastião Lourenço da Silva, de 43 anos, que produz café conilon desde 1999 em Pocrane. O cafeicultor, que possui cerca de 20 mil pés de café distribuídos em seis hectares ressaltou a importância dessa interação com Universidades, Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e Emater-MG, já que muitas vezes falta informação ao produtor.

“Eu estou tentando corrigir o solo com adubo e produtos para evitar pragas e doenças. Mas eu vejo que nessa tentativa, acabo errando. Não tenho informação correta, os produtores caem no erro de copiar uns aos outros e isso pode não ser bom pra mim. E esse contato com a Universidade é muito bom. É preciso continuar, formar um laço de companheirismo com o produtor”, explicou o cafeicultor.

O extensionista da Emater-MG na região, Helder Paes, acompanhou a visita. Ele concordou com o produtor e também destacou a importância do conilon na área e a necessidade de se desenvolver um trabalho junto aos agricultores familiares da região para recuperar as lavouras existentes e auxiliar na implantação de novas. “Nossa preocupação é agir para que os erros não sejam cometidos. A Emater-MG é o elo entre a pesquisa e o produtor. Precisamos passar tecnologia para o cafeicultor colher bons frutos e ter seu negócio sustentável”, finalizou.

Fonte: Polo de Excelência do Café

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